AINDA MARIANAS – Madeira
AINDA MARIANAS – Madeira
Em abril de 1972, Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa publicam Novas Cartas Portuguesas, tendo como ponto de partida as Cartas Portuguesas, romance epistolar publicado anonimamente, em 1669, e atribuído à freira Mariana Alcoforado.
Em Novas Cartas Portuguesas, os textos escritos pelas três autoras – cuja autoria de cada uma nunca foi, até hoje, revelada – abordam temáticas tão diversas como a paixão, a clausura feminina, a escrita, o sentimento de isolamento e abandono, a guerra, fazendo um paralelo inequívoco e crítico da sociedade portuguesa de então. Em 1973, o livro foi retirado do mercado sob a acusação deste ser “insanavelmente pornográfico e atentatório da moral pública”.
O processo judicial das “Três Marias” (nome por que ficaram conhecidas as escritoras), que apenas terminou aquando do 25 de Abril de 1974, teve repercussões políticas e sociais transfronteiriças, tendo sido apelidado, na época, como a primeira causa feminista internacional pela organização norte-americana National Organization for Women (NOW). Neste espetáculo, Catarina Rôlo Salgueiro e Leonor Buescu trazem as Novas Cartas Portuguesas à cena, a par com documentação histórica da época, pretendendo convocar uma reflexão em torno da memória coletiva de um país, da sua gente e do seu tempo.
Ficha Técnica:
Criação e dramaturgia
Catarina Rôlo Salgueiro, Leonor Buescu com Ana Baptista, Rita Cabaço e Teresa Coutinho Cenografia Ângela Rocha Figurinos Ângela Costa, Catarina Rôlo Salgueiro, Leonor Buescu
Desenho de Luz
Manuel Abrantes
Desenho de Som André Pires
Voz off João Pedro Mamede e Rafael Gomes
Assistência de encenação Rafael Gomes
Produção Executiva Leonardo Garibaldi
AINDA MARIANAS – Madeira